Impacto turístico a partir de mega evento
21 de nov. de 2025
O legado desta COP deve ser mais que um BRT e viadutos, é necessário que de fato as pautas urgentes sejam debatidas e postas em prática. A COP 30 recebe grandes críticas de ser um evento de network, de pura negociação com estrangeiros, o grande capital do agronegócio e mineradoras, então serão seus frutos que sinalizarão se foi tudo maquiagem ou realmente entenderam que o planeta não nos suporta mais.

Por Juan Alecksander
O estado do Pará recebeu a 30ª Conferência da ONU sobre mudanças climáticas (COP-30), realizada em Belém, durante o mês de novembro (2025). De acordo com estimativas da fundação Getúlio Vargas (FGV), um fluxo de mais de 40 mil visitantes percorreu Belém durante os principais dias de Conferência. Deste total, aproximadamente 7 mil compunham a chamada “família COP”, formada pelas equipes da ONU e delegações de países membros. Segundo a jornalista Luciana Oliveira, da TV 247, essa é a COP com maior participação popular da história. Somente na Aldeia COP, estão sendo acolhidos mais de 3 mil indígenas. Um espaço ancestral, com painéis, palestras, debates e intervenções culturais.” Publicou na rede social instagram em colaboração com Tv 247.
Dados da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Pará (ABIH-PA) apontam que a taxa média de ocupação da rede hoteleira chegou a 95%, índices recordes para o Estado do Pará. Números celebrados pela elite da rede hoteleira da capital paraense. De acordo com Clara Silva/ Diário do turismo, o Ministério do Turismo teve papel central na articulação local com o Governo Federal e buscando medidas para evitar abusos nas tarifas. Junto a Senacon, foram assegurados 2.500 quartos com diária a partir de US$ 100 dólares para atender as delegações do mundo todo. Em acordo com empresários locais, a pasta destinou através do Fugentur R$ 322 milhões, beneficiando empreendimentos ou grupos de empresários já consolidados na Capital do Brasil, Belém (Lei nº 358/2025).
A Conferência permitiu à Capital, a realização de obras estruturantes, como rodovias, parques, hotéis, museus, BRT metropolitano, mesmo com muitas contradições (ex.: o ônibus BRT são alugados provisoriamente? Ou estarão disponíveis para população local no pós COP? Os impactos negativos na comunidade Vila da Barca com as obras da ‘Nova Doca’), portanto houve aporte financeiro ao Governo do Estado e Prefeitura Municipal de Belém.
Se as decisões realmente foram as adequadas, logo mais vivenciaremos. A visitação e utilização desses equipamentos inaugurados e já em funcionamento geram renda aos ambulantes durante a construção e após inauguração, com contratação de mão de obra temporária, em especial os jovens. O belenense espera frutos positivos, tanto com a melhoria de renda familiar e no papel essencial do evento, combater a crise climática através do entendimento das realidades dos povos da Amazônia.
A Grenn Zone – área aberta à sociedade civil na conferência – possui na sua carta de diretrizes e premissas o termo que cita “A prioridade não é maximizar o uso do espaço físico, mas sim garantir alto impacto e retorno de investimento”. O resultado das negociações e atitudes tomadas no percurso da Conferência serão o ponto de análise para o real impacto de um evento desse porte dentro da Amazônia. Países e investidores que ainda não adotam medidas sustentáveis podem ver nas criações e inovações amazônidas o método perfeito, mas não como modelo de produção e consumo que respeita a convivência harmônica com a natureza, mas como oportunidade de apropriação cultural mercadológica, com letras de barco nos logos e comerciais, o açaí puro como produto ideal, a medicina nativa e com sérios agravantes na relação com extrativistas e produtor da agricultura familiar, segmentos ainda não valorizados na cadeia produtiva.
Belém aguardou ansiosamente pelos visitantes e turistas, especialistas e investidores, mas também pelos povos guardiões das florestas para que o debate e decisões sejam coesas. Medidas adotadas terão impactos imediatos na vida do planeta inteiro, por isso a importância da clareza e participação popular.
O legado deve ser mais que um BRT e viadutos, é necessário que de fato as pautas urgentes sejam debatidas e postas em prática. A COP-30 recebe grandes críticas de ser um evento de network, de pura negociação com estrangeiros, o grande capital do agronegócio e mineradoras, então serão seus frutos que sinalizarão se foi tudo maquiagem ou realmente entenderam que o planeta não nos suporta mais!
Vamos preservar nossas águas! Não a nenhuma privatização! Nem de rios, nem de lençóis freáticos!
Vamos preservar nossa cultura e soberania! Não a venda das nossas terras da Amazônia! Demarcação já!
VIVA A AMAZÕNIA!
Crédito da imagem: Alex Ribeiro/Agência Pará