Campanhas
A Palmares Laboratório-Ação atua como um laboratório de políticas públicas e projetos socioambientais focado em Justiça Climática e Social, com especial atenção à Amazônia e ao Nordeste brasileiro.

Caratateua - Ilha de Direitos
Para a Palmares, a discussão sobre o clima deve se concentrar nas comunidades. O projeto "Caratateua - Ilha de Direitos", realizado na Ilha de Caratateua, em Belém (PA), teve como propósito a criação de soluções comunitárias para o saneamento básico a partir das necessidades das pessoas do território. O projeto buscou a mobilização comunitária para a elaboração de soluções para desafios estruturais que se agravam devido aos impactos das mudanças climáticas. A mobilização foi ampla e participativa, utilizando bike de som, redes sociais, convites boca a boca, lambe-lambe e reportagens em jornais locais. O principal resultado foi a construção colaborativa da cartilha "Caratateua - Ilha de Direitos: Soluções Comunitárias Já", que reúne seis propostas da comunidade para transformar o território e proporcionar o bem viver. Essas propostas e reivindicações foram levadas aos gabinetes de tomadores de decisão e à COP-28.

Pavimentação Ecológica Já
A campanha "Pavimentação Ecológica Já!" foi promovida pela Palmares em união com organizações do território para pressionar a Secretaria de Saneamento de Belém a adotar novas formas de saneamento para as ilhas. O objetivo era mitigar o risco de contaminação e impermeabilização do solo pelo asfalto, combatendo o aumento de enchentes, alagamentos e o surgimento das ilhas de calor. A pavimentação ecológica é defendida como uma solução sustentável, necessária frente às consequências das mudanças climáticas, sobretudo para amenizar as frentes de calor na Amazônia Insular. A campanha ressalta que o modelo tradicional de saneamento é ultrapassado, não prioriza as relações socioambientais e desconsidera as especificidades e dinâmicas do território, reforçando a importância de Soluções Baseadas na Natureza (SbN) e do protagonismo da comunidade. Em 2025, o projeto de lei que regulamenta a pavimentação ecológica foi protocolado na Câmara de Vereadores de Belém.

Ilha Cidadã: Tá no Orçamento?
O projeto "Ilha Cidadã: Tá no Orçamento?" iniciou uma jornada para fortalecer a participação cívica na alocação de recursos públicos e na educação ambiental nas ilhas de Belém. Após uma reunião inaugural com líderes e servidores para validar a proposta, foi elaborado um diagnóstico sobre o orçamento e as políticas públicas, fundamentado na Lei Estadual 9.981/2023, para discernir a medida em que a educação ambiental era contemplada. A apresentação dos dados à comunidade revelou o impacto do orçamento e a frequência com que as políticas anunciadas não se concretizavam, gerando mobilização e a formação de uma rede de participação. Foi realizada uma oficina intensiva sobre educação ambiental e orçamento, resultando na elaboração conjunta de um protótipo de cartilha sobre letramento orçamentário. O projeto culminou no Fórum Ecológico Orçamentário, onde, apesar da ausência de representantes políticos, os participantes debateram e propuseram soluções em saneamento básico, infraestrutura e educação, formulando um plano de ação para a incidência política em 2025. O projeto reforçou a importância da confiança das lideranças locais e da adaptação de metodologias ao ritmo da comunidade para o êxito das iniciativas.

Eleições Disguiadas
A campanha "Eleições Disguiadas" teve como objetivo primordial impulsionar a mobilização política nas periferias de Belém (Guamá, Terra Firme e Jurunas). A estratégia consistiu em adaptar linguagem e metodologias para tornar o debate climático acessível à juventude periférica, conectando-o às questões do cotidiano. As ações, como o evento "Papo de Futuro" e o "Bailão Disguiado", foram realizadas nos bairros de residência do público-alvo para garantir maior engajamento. O "Papo de Futuro" abordou o tema "Pessoas Pretas na Política e Justiça Ambiental", enquanto o "Bailão Disguiado" incluiu uma batalha de rima sobre eleições e mudanças climáticas. A iniciativa utilizou elementos culturais locais (hip hop e rap) para aproximar a pauta climática, fortalecendo parcerias com grupos como Disguiados091 e Northground. A principal lição foi a importância de parcerias estratégicas e de uma abordagem culturalmente sensível e territorializada para incentivar a participação política de jovens periféricos.

Nossa Decisão Climática
A campanha #NossaDecisãoClimática visa ampliar a participação de crianças e juventude na implementação das políticas da Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) brasileira. A iniciativa surge do reconhecimento de que crianças e jovens, especialmente de comunidades vulneráveis (onde 40 milhões de crianças no Brasil estão expostas a riscos climáticos, segundo o UNICEF), estão entre os mais impactados, mas suas necessidades são frequentemente negligenciadas no principal instrumento de política climática do país. O projeto busca engajar jovens, consolidar suas demandas e influenciar os processos políticos até a COP 30 em 2025. Isso será feito através de uma pesquisa pública voltada para jovens entre 17 e 35 anos, que pautará a criação de uma cartilha climática com recomendações ao Governo Brasileiro sobre como incluir crianças e juventudes nas consultas do Plano Clima e no texto da próxima NDC.
